Leve, poético, Anísio!



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Que pequena confiança, minha querida Emilinha, tenho eu nessa sabedoria. Prefiro a minha, que me diz que seria infinitamente melhor que estivéssemos juntos. E que você pudesse já começar a me ajudar a reconciliar-me com a vida. Custo tanto a andar sozinho. São encontradas aqui, conflitos acolá, erros além, toda uma caminhada incerta, em que a gente não sabe bem para onde vai, nem porque vai... Você com a sua boa alma simples há de me ajudar nessas incertezas. Eu não sei bem tudo que espero de você. Sei apenas que um impulso cego e instintivo me arrasta para você. Sei que por essa inclinação estou disposto a sacrificar o que, há bem pouco tempo, era tudo que eu mais queria no mundo: o meu orgulho, a minha independência, a minha liberdade de viver sozinho. É muito, pois, o que espero de você 

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TEIXEIRA, Anísio. Carta a Emília Ferreira Teixeira, Bahia, 31 jul. 1930.
Localização do documento: Fundação Getúlio Vargas/CPDOC - Arquivo Anísio Teixeira - ATc 30.06.22.


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