Barthes nos diz que a língua é fascista. Estamos presos às amarras lingüísticas e a todas as ideologias que por elas circulam, já que a língua é por excelência, o veículo das ideologias. Não somos livres! Mas o próprio Barthes nos ensina o caminho da liberdade: ‘trapacear’ com a língua - artifício que só conseguimos através da Literatura. Ao falar de nós e pra nós, nos fazendo passear por caminhos devolutos, experiências e dramas tão comuns à essência humana, a literatura aproxima o abismo existente entre a vida e o homem. Vida essa que ‘não nos basta’, mas que a literatura preenche, na medida em que saltamos para dentro da história usando o ‘pó de pirlimpimpim’ e nos apropriamos das personagens, de seus medos, anseios, esperanças, alegrias. Tenho sorte na vida... A minha infância foi uma floresta encantada e infinita. Por ela passaram lobos-maus, caçadores, sacis, iaras, príncipes, princesas! Sofri e senti medo da bruxa com o João e a Maria. Aprendi com a Branca de Nev