Vem da infância o fascínio pelo Clown, adornado com um pouco de medo, é claro. O Circo sempre aparece como mágica na vida de uma criança. E vem do palhaço, o encanto que circula dentre todo o universo de cores e exagero. Segundo o Fellini, um "clown encarna os traços da criatura fantástica, que exprime o lado irracional do homem, a parte do instinto, o rebelde a contestar a ordem superior que há em cada um de nós. É uma caricatura do homem como animal e criança, como enganado e enganador. É um espelho em que o homem se reflete de maneira grotesca, deformada, e vê a sua imagem torpe. É a sombra." Sombra essa que tendemos a esconder por não encaixar numa sociedade cheia de padrões, com gavetinhas que não cabem o disforme , o escuro e o mais humano dos adjetivos : o imperfeito. Mas o Clown aí está, a lembrar-nos que no homem residem o irracional, o instintivo . A tirar-nos do automático, do caos cotidiano que tudo banaliza, a mostrar-nos a b