Há um poema.  Feito de memórias, à batida exata do teu coração. 

Há um poema. Um poema em que esqueceu a magia das brincadeiras da infância, o bolinho de chuva da avó, as histórias ao pé da cadeira de balanço do avô.   Neste poema, ainda paira o mundo onde a ternura era uma janela a fechar o medo e a frieza desse tempo.

Há um poema. Procuro-o hoje nos teus gestos mais comedidos e vagos, na tua voz perdida  na solidão das cidades.   Procuro-o nas madrugadas ,quando sozinha, tua tristeza se faz derramada.

Há um poema. Deve haver mesmo esse poema perdido, num lugar que só você sabe.
Há um poema. Persigo-o ansioso, guiado pelo instinto de pensar o teu rosto o rosto desse poema, teu corpo, seus versos, tua boca, toda a poesia nele contida.

Há um poema. Eu sei.  Vou  escrevê-lo  através da  pontuação do teu fôlego.  
Pode ser que eu  até estremeça ao descompasso da tua respiração,mas escrevê-lo-ei naquele lugar, onde dos teus olhos, eu sinta o aroma das brincadeiras da tua infância.

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